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Brasil megaestado: nova ordem mundial multipolar

Severino Bezerra Cabral
228 páginas
ISBN: 85-85910-57-7

R$ 30,80  R$ 18,48

Dois intelectuais com trajetórias pessoais muito diferentes influenciaram decisivamente os rumos do Brasil na segunda metade do século XX. Um, San Tiago Dantas foi civil, professor, diplomata, considerado de esquerda e integrou o ministério do presidente João Goulart, derrubado em 31 de março de 1964. Outro, Golbery do Couto e Silva, foi militar, considerado de direita e também ministro, mas do regime que se seguiu à deposição de Goulart. Ambos dedicaram-se, como poucos, a estruturar o pensamento estratégico brasileiro e a moldar uma resposta nacional brasileira aos desafios da ordem mundial do segundo após-guerra. "Nas décadas de 1950 e 1960", diz Severino Bezerra Cabral, "ambos representaram o que havia de essencial no consenso de base do pensamento político-estratégico nacional, orientado para a criação de um Brasil moderno, desenvolvido e industrializado. Mais ainda, foram desafiados a pensar, ao mesmo tempo e numa mesma clave, o ser nacional brasileiro e seu protagonismo mundial"


    Neste livro, as formulações de San Tiago Dantas e de Golbery do Couto e Silva servem de fio condutor para uma reflexão contemporânea sobre os mesmos temas, mas já no contexto posterior ao da ordem bipolar nascida na Segunda Guerra Mundial. Diante da tendência atual à formação de novos polos ou centros mundiais de poder, Severino Cabral volta a questionar o lugar do Brasil. "Pode-se pensar que a União Europeia e a Rússia venham futuramente a desafiar a ordem unipolar sob hegemonia norte-americana, constituindo-se como núcleos de futuros megaestados. Mas também, paralelamente, alguns estados em desenvolvimento, por sua extensão continental, força econômica e peso político crescente podem vir igualmente a tornar-se megaestados. No mundo em desenvolvimento, dois gigantes despontam como detentores dessas características: a China e o Brasil."


    Eis a tese central deste trabalho: o Brasil, país-chave da Ibero-América ou da latinidade americana, será desafiado a constituir-se em um megaestado e, como tal, projetar-se com um papel protagonista no sistema mundial de poder do século XXI. "Mais do que a crise do Estado-Nação, o que se anuncia hoje é o advento do megaestado. (...) Trata-se do desenvolvimento exponencial inscrito no processo de industrialização das grandes unidades territoriais e populacionais emergentes na periferia do mundo desenvolvido. A concretizar-se a formação dessas megaunidades, que se anunciam no Extremo Oriente [China] e no Extremo Ocidente [Brasil], desaparecerá o euromundo, sob a hegemonia anglo-norte-americana, bem como seus apêndices colonial e semicolonial."


    Para inserir-se nesse processo, o Brasil – uma "panregião em si mesma", satisfeita territorialmente – precisa levar às últimas consequências o princípio basilar de sua destinação histórico-política, inscrito na Constituição de 1988: o imperativo vital de buscar "a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações":


                        César Benjamin

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