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Manifesto Comunista 150 anos depois, O

Daniel Aarão Reis (org.)
208 páginas
ISBN: 85-85910-19-4
Tradução: Viktor Hugo Klagsbrunn
R$ 35,20  R$ 21,12

Em fins de fevereiro de 1848 veio à luz, em Londres, o documento político mais importante da era moderna – o Manifesto Comunista –, escrito em alemão por dois jovens pensadores então praticamente desconhecidos: Karl Marx, com 30 anos de idade, e Friedrich Engels, com 28. O texto havia sido encomendado pela Liga dos Comunistas, pequena organização que reunia, basicamente, militantes exilados da Europa continental. Já em junho de 1848 apareceu a primeira edição francesa; em 1850, as edições inglesa, polonesa e dinamarquesa; em 1860, a russa, traduzida por Bakunin; em 1872, a americana. Nos anos e décadas seguintes, o Manifesto foi publicado em todas as línguas, em edições sucessivas, tornando-se um dos textos mais lidos e mais influentes do mundo.


    Cento e cinquenta anos depois, ele mantém seu fascínio. Sua forma é extraordinária, pelo estilo incisivo que adota, pela simplicidade com que desvenda os fundamentos da sociedade vigente e pela maneira sintética com que consegue captar os elementos contraditórios do mundo moderno, que então se formava. Nunca uma filosofia da história e um chamado fervoroso à ação revolucionária se fundiram de forma tão elegante.


    Ninguém descreveu com tanta clareza, como Marx e Engels, o papel revolucionário da burguesia em ascensão e o caráter paradoxal de uma sociedade que, ao contrário das que a precederam, só pode existir estando em mutação permanente. Também ninguém descreveu, como eles, como essa sociedade frustra suas próprias promessas, pois o imenso potencial criador que liberta fica aprisionado em um único fim, o de acumular capital.


    Marx e Engels veem o impulso que o capitalismo deu à capacidade produtiva do homem, mas não se deixam fascinar pelas coisas produzidas. Buscam, permanentemente, entender os processos que impulsionam e aprisionam a produção, as metamorfoses operadas nas relações sociais, o surgimento de novas formas de vida, as tendências de longo prazo. Por isso, nos falam de uma história em movimento e afirmam que a sociedade criada por aquela classe revolucionária seria, ela mesma, revolucionariamente superada. Os homens passariam a apropriar-se coletivamente dos gigantescos meios de produção da modernidade, que só coletivamente podiam ser concebidos, construídos e colocados em ação.


    Hoje seria ocioso discutir a importância do Manifesto Comunista. Para comemorar seu sesquicentenário, as editora Contraponto e Fundação Perseu Abramo prepararam uma nova tradução, feita diretamente da última edição alemã revisada por Engels, em 1890, e convidaram dez intelectuais e militantes brasileiros para refletir sobre diferentes aspectos desta pequena obra-prima, estabelecendo relações entre o texto de 1848 e os temas do debate atual.


                        César Benjamin

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