Compartilhar:
|
Como os paÃses ricos ficaram ricos ...e por que os paÃses pobres continuam pobres
Erik S. Reinert
|
"A disseminação da riqueza na Europa, e depois nas outras regiões desenvolvidas do mundo, resultou de polÃticas conscientes de emulação: o mercado era uma força domesticável como o vento. [...] Os fatores cumulativos e a dependência da trajetória histórica fazem com que os ventos do mercado soprem na direção do progresso somente quando um alto nÃvel de desenvolvimento já foi alcançado. Quanto mais pobre o paÃs, tanto menos os ventos do laissez-faire sopram na direção certa. Por isso, o livre-comércio e outras diretrizes polÃticas são uma questão de contexto e momento certos. [...] A ausência de contexto na doutrina econômica da corrente dominante é um defeito fatal, que impede qualquer grau de compreensão qualitativa." Erik Reinert * * * Por que alguns paÃses obtêm êxito no caminho do desenvolvimento enquanto outros fracassam? Essa pergunta atormentou durante muito tempo o economista Erik S. Reinert, norueguês por nascimento e cidadão do mundo por vocação. As respostas que ele dá aqui são inovadoras, mas, paradoxalmente, usam como ponto de partida autores antigos, hoje esquecidos. A combinação de história do pensamento econômico, experiência pessoal e reflexões teóricas contemporâneas é a marca registrada deste livro, ao mesmo tempo original, profundo e didático. Seu alvo principal é a teoria econômica predominante, que se apresenta como portadora da modernidade e do futuro, mas não consegue especificar a qual futuro se refere. A alocação de recursos será ótima, ela diz, se for produzida pelo livre jogo das forças de mercado, simplesmente porque esse jogo produz uma alocação qualquer, desconhecida, considerada ótima por critérios internos à própria teoria que o glorifica. Se essa alocação denominada ótima produzirá bem-estar, não se sabe. Se a imagem do futuro que se deseja atingir permanece indefinida, inexistem pontos de referência que permitam uma avaliação rigorosa dos processos reais. Diante de qualquer dificuldade, o pensamento dominante aciona uma saÃda de emergência, com a incessante repetição de que é preciso esperar mais e insistir mais, dobrando a aposta, pois – eis aà o verdadeiro problema – "o modelo de concorrência perfeita ainda não foi completamente implantado". Sendo o livre-mercado apenas um tipo ideal, incapaz de organizar efetivamente o conjunto da vida social, a implantação do modelo liberal, por definição, está sempre incompleta. Cria-se um discurso que, como os demais discursos ideológicos, externaliza suas dificuldades. Não depende do confronto com uma realidade que lhe seja exterior, já que abriga em si condições suficientes para legitimar-se em qualquer circunstância. Paradoxalmente, os fracassos o fortalecem, pois ele sempre pode acionar sua fuga para a frente: "Isso e aquilo estão atrapalhando o mercado." O argumento pode ser repetido ad infinitum, pois sempre haverá inúmeras instituições e práticas, formais e informais, que "atrapalham" o mercado. Como a vida social não pode ser reduzida a operações de compra e venda, qualquer sociedade transcende muito o mercado, qualquer uma contém, reproduz e recria inúmeras instâncias não mercantis. Elas existirão sempre e serão sempre as culpadas. As deficiências do projeto liberal conduzem seus defensores à inevitável conclusão de que é preciso aprofundar esse mesmo projeto. A incapacidade de realizar-se é, ao mesmo tempo, uma fraqueza do modelo, no plano da realidade, e uma fonte do seu vigor, no plano da ideologia. O livro de Erik Reinert escapa desse cÃrculo vicioso, reavaliando histórica e teoricamente o conceito de desenvolvimento. A partir daÃ, propõe novos caminhos. Cesar Benjamin |
| |
Conceito de tecnologia, O - volume 2 Ãlvaro Vieira Pinto | |
|
| |
Pensamento econômico brasileiro: o ciclo ideológico... Ricardo Bielschowsky | |
|
| |
Arquivos Celso Furtado 1: Ensaios sobre a Venezuela: ... Celso Furtado | |
|
| |
Arquivos Celso Furtado 2: Economia do desenvolvimento. Celso Furtado | |
|
| |
Atraso econômico em perspectiva histórica e outros ... Alexander Gerschenkron | |
|
| |
Arquivos Celso Furtado 4: O Plano Trienal e o MinistÃ... Celso Furtado | |
|
| |
Longo século XX, O: dinheiro, poder e as origens do ... Giovanni Arrighi | |
|
| |
Economia do subdesenvolvimento, A A.N. Agarwala e S.P. Singh (orgs.) | |
|
| |
Arquivos Celso Furtado 5: Ensaios sobre cultura e o M... Celso Furtado | |
|
| |
Arquivos Celso Furtado 3: O Nordeste e a saga da Sude... Celso Furtado | |
|
| |
Desenvolvimento e subdesenvolvimento Celso Furtado | |
|
| |
Brasil e a abertura dos mercados, O: o trabalho em qu... Ivan da Costa Marques | |
|
| |
Brasil de João Goulart, O: um projeto de nação O. Munteal, J. Ventapane e A. de Freixo (orgs.) | |
|
| |
Desafios brasileiros na era dos gigantes Samuel Pinheiro Guimarães | |
|
| |
Arquivos Celso Furtado 6: Anos de formação (1938-19... Celso Furtado | |
|
| |
Conceito de tecnologia, O - volume 1 Ãlvaro Vieira Pinto | |
|
| |
Manifesto Latino-Americano e outros ensaios, O Raúl Prebisch | |
|
| |
Corrida pelo crescimento, A: paÃses em desenvolvimen... Deepak Nayyar | |
|
| |
Crescimento clássico e crescimento retardatário: um... João Paulo de Almeida Magalhães | |
|