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Filosofia clássica alemã: Kant, Hegel, Shelling, Fichte, Goethe

César Benjamin (editor)

Entre as décadas de 1780 e de 1850 ocorreu na Alemanha um movimento filosófico cuja elevação especulativa não tem paralelo na história da civilização ocidental. Centrado inicialmente na Universidade de Jena e depois em Berlim, atingiu o apogeu na primeira década do século XIX, quando Fichte chegou à maturidade, Schelling publicou seus textos mais significativos e Hegel elaborou os fundamentos do seu sistema.

A despeito de defenderem diferentes abordagens, eles compartilhavam o mesmo ponto de partida, a filosofia de Kant. Ela abrira novos horizontes ao tentar compreender e legitimar o conhecimento que aspira a valer como verdade (Crítica da razão pura, 1781), como justiça (Crítica da razão prática, 1788) ou como beleza (Crítica do juízo,1790).

Cada um dos pensadores dessa época estudou Kant com paixão, tendo em vista suprir suas carências, reais ou supostas, e solucionar os problemas que ele havia enunciado. A meta comum era a criação de um sistema filosófico abrangente e homogêneo, baseado em fundamentos últimos e irrefutáveis.

Kant havia fornecido os prolegômenos para uma "metafísica futura", mas eram apenas alicerces. Isso não bastava. Era preciso chegar a uma clareza inequívoca. Todos compartilhavam a crença de que a razão humana podia edificar tal sistema ideal, o que lhes conferia um vigoroso otimismo filosófico e impulsionava um grande esforço criador.

A marcha em direção a um sistema unitário, tendo a ideia de totalidade como fundamento, foi o elemento característico dessas doutrinas. Vem daí o interesse que esse período da filosofia alemã desperta até hoje.

César Benjamin