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Formação da antropologia americana, A

Franz Boas
424 páginas
ISBN: 85-85910-60-7
Tradução: Rosaura Maria Cirne Lima Eichenberg
R$ 79,20  R$ 47,52

Franz Boas nasceu em Minden (Alemanha) em 1858. Depois de estudar nas universidades de Heidelberg, Bonn e Kiel – onde obteve o doutoramento em física –, frequentou as reuniões da Sociedade Antropológica de Berlim. Alterou então, radicalmente, os seus planos pessoais, tendo em vista "compreender a natureza como um todo". Aproximou-se das ciências humanas e iniciou sua própria formação em antropologia. Passou dois anos no Ãrtico, entre os esquimós. Aprendeu suas línguas, escutou suas lendas, observou seus costumes. Imigrou depois para os Estados Unidos, país em que se fixou, publicou seus principais trabalhos, realizou novas viagens de estudos e fez longa carreira docente. Tornou-se um dos fundadores da moderna antropologia cultural. Em 1899, tornou-se o primeiro professor de antropologia da Universidade de Colúmbia, onde permaneceu até 1937. Em 1921, recebeu como aluno um jovem brasileiro – Gilberto Freyre – que mais tarde, no prefácio à primeira edição de "Casa grande & senzala" (1933), escreveu: "O professor Franz Boas é a figura de mestre de que me ficou até hoje maior impressão."


    Boas também se destacou como organizador e desbravador. Foi curador de etnologia do Museu de História Natural. Presidiu a Sociedade Americana de Antropologia e a Academia de Ciências de Nova York. Viveu entre os Kwakiutl e conheceu bem outras tribos da Colúmbia Britânica, cujas línguas estudou. Em 1902, participou da Expedição Jesup, que encontrou evidências de uma estreita relação entre as culturas dos povos do Nordeste da Ãsia e do Noroeste da América.


    Os trabalhos antropológicos de Boas tornaram-se clássicos. Em uma época em que a antropologia ainda era amplamente dominada pelo estudo das características físicas dos povos, ele deslocou o foco desses estudos para as culturas, consideradas como totalidades historicamente condicionadas. Religião, arte, história, línguas, costumes, tradições e lendas tornaram-se objeto de meticulosa observação científica. Rejeitou o evolucionismo. Foi pioneiro na defesa da ideia – chocante no início do século XX – de que não existem raças humanas bem definidas e nenhum grupo humano é biologicamente superior aos demais.


    Só agora essa extensa obra começa a chegar ao público leitor brasileiro. Dividida em dez partes, apresentando 48 textos, essa antologia, segundo seu organizador, "tenta apresentar Boas no seu contexto e no seu apogeu; tenta apresentá-lo na sua totalidade." Torna-se assim a mais completa edição dos trabalhos de Boas até aqui publicada em língua portuguesa.


                        César Benjamin